Em dezembro, o recém-graduado Jono Yoo pegou um avião e decidiu começar uma nova vida em Melbourne, Austrália.
Formado em arquitetura, Yoo disse que, apesar da Covid-19, a decisão de trocar a Nova Zelândia pela Austrália foi fácil por causa do relaxamento das restrições nas fronteiras.
“Com a reabertura da fronteira, sempre posso voltar. É basicamente como se você estivesse pegando um voo para Wellington.”, explica o estudante.
A partir do final de fevereiro, os viajantes Kiwi totalmente vacinados não serão mais obrigados a permanecer em isolamento gerenciado (MIQ), embora isso possa mudar devido à disseminação da Omicron no exterior.
Especialistas estão alertando que a “fuga de cérebros” pode recomeçar à medida que mais jovens, como Yoo, começam a deixar o país novamente.
Fenômeno muito comum no Brasil, o “brain drain” ou em português “fuga de cérebros” faz referência aos profissionais especializados em áreas do mercado de trabalho dotados de um alto conhecimento em seu campo profissional, e que migram para centros mais desenvolvidos que carecem de suas habilidades.
Ananish Chaudhuri, professor de economia experimental da Universidade de Auckland, disse que há um “risco real” de que a Nova Zelândia perca trabalhadores valiosos – muitos dos quais retornaram a própria Nova Zelândia durante a pandemia.
“Queremos atrair trabalhadores talentosos… e, por outro, também queremos impedir que as pessoas saiam”, disse Chaudhuri.
A partir de 30 de abril, o país começará a reabrir para todos os estrangeiros totalmente vacinados – não apenas cidadãos ou residentes da Nova Zelândia.
Chaudhuri afirma que o mundo fora das terras neozelandesas começou a parecer mais atraente à medida que os países começaram a retornar a alguma aparência de normalidade.
Dados da imigração descobriram que o país sofreu uma perda líquida de 1.700 pessoas em 2021. Mais de 7.400 cidadãos da Nova Zelândia retornaram, o que foi compensado pela saída de 9.100 não-cidadãos.
O demógrafo sênior do Stats NZ, Kim Dunstan, disse que “troca de cérebros” era um termo mais preciso do que “fuga de cérebros”.
“Se você pensar no equilíbrio migratório da Nova Zelândia, ele tem muitos altos e baixos. Mas por um longo período de tempo, tendemos a ganhar mais pessoas com a imigração internacional do que perdemos.”, ressalta o demógrafo.
Os profissionais que desejam ir para a Nova Zelândia para conquistar uma futura residência permanente no país precisam ser relativamente altamente qualificados para atender aos requisitos de entrada em primeiro lugar, afirma Dunstan.
O professor da Universidade de Auckland conclui que não há muitas opções fáceis disponíveis para o governo, mas uma maneira de amortecer o impacto é permitir que mais pessoas entrem no país.
Fonte: Experts warn ‘brain drain’ may return as border rules set to ease