Seu trabalho foi impactado pelo novo Coronavírus? Oportunidades de emprego no setor de hortifruti podem ser uma saída. Saiba mais.
A Nova Zelândia continua em período de quarentena iniciado no dia 26 de março e ainda com encerramento incerto. A princípio, foi anunciado que seriam quatro semanas, contudo muitos analistas especulam que o período de confinamento pode acabar se estendendo mais do que o previsto.
Em virtude da paralisação, apenas serviços considerados essenciais pelo governo possuem autorização para continuar funcionando. Consequentemente, muitos trabalhadores das áreas de turismo, silvicultura e hospitalidade acabaram perdendo seus postos.
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Contudo, responsáveis pelo setor de hortifruti neozelandês apontam que há possibilidades de recolocação imediata nas plantações e fazendas.
Chance na colheita de frutas
O setor de horticultura da Nova Zelândia é uma das mais afetadas pela falta de mão de obra durante o período de quarentena. Alan Pollard, executivo-chefe da New Zealand Apples and Pears, comenta que a colheita começou no final de janeiro e, felizmente, a maioria da mão de obra oriunda das ilhas do Pacífico já havia chegado ao país mas os números estavam bem abaixo do esperado.
Pollard conta que como medida urgente, motoristas de empilhadeiras já foram transferidos da silvicultura para a colheita de maçãs e peras.
“As indústrias de hospitalidade e horticultura já estão conversando entre si”, afirma Catherine Beard, diretora executiva da ExportNZ, parte do BusinessNZ, o maior órgão de defesa de negócios da Nova Zelândia. Catherine destaca a necessidade iminente por trabalhadores sazonais, vagas essas que tradicionalmente preenchidas por portadores do Working Holiday Visa, trabalhadores temporários e afins.
Mike Chapman, executivo-chefe da Horticulture New Zealand, diz que não apenas o país depende do turismo, bens e produtos de exportação/importação, mas como também clama por mão de obra qualificada e semi-qualificada que costumeiramente chega ao país todos os anos.
“Qualquer pessoa que queira trabalhar deve entrar em contato com os produtores locais ou com a HortNZ, porque temos empregos (qualificados e semi-qualificados) disponíveis agora”, reforça Chapman.
O executivo ainda destaca, “Um exemplo de quão globalmente dependentes nos tornamos é visto na indústria do vinho. À medida que a colheita da uva começa, produtores de vinho qualificados vêm da Europa e de outros lugares para a nossa temporada de vinificação. Quando a temporada termina, eles retornam aos seus países de origem a tempo da colheita da uva e da produção de vinho. O trabalho sazonal também é necessário para podar as vinhas no inverno e ajudar na colheita de nossas frutas e legumes. ”
Onde está a demanda de trabalho neste momento?
Atualmente, a colheita de kumara, kiwis e maçãs começou e é necessário mão de obra em todo o país. Durante o inverno, kiwis e maçãs precisarão ser colhidos e podados. Contudo, o país está em período de quarentena. Sendo assim, a busca por trabalho nestes setores deve-se iniciar após o encerramento da quarentena, com exceção de indivíduos que já moram nas regiões com alta demanda deste tipo de mão de obra.
Alimentos frescos têm prioridade
Alan Pollard comenta que as importações de maçãs e peras do país continuam a todo vapor. Os insumos estão sendo enviados para o exterior e, embora tenha ocorrido algumas interrupções no transporte, foi possível contornar. O porta-voz da Zespri International, Dave Courtney, conta que o primeiro embarque do ano de kiwis partiu para o Japão em 17 de março, seguido por embarques para a China e Europa.
Dave explica que há uma demanda muito forte no exterior por frutas e produtos frescos por causa de seus benefícios à saúde. Embora as autoridades estrangeiras estejam restringindo o movimento de pessoas, a distribuição de alimentos frescos continua fluindo e tendo prioridade, o que é reconfortante para a indústria neozelandesa.
Nikki Johnson, CEO da Nova Zelândia Kiwifruit Growers Incorporated, salienta que o setor espera uma colheita de cerca de 155 milhões de bandejas de kiwis este ano e precisará de mais de 20.000 trabalhadores durante o período de colheita e pós-colheita.