Saiba como a Nova Zelândia está se destacando no cenário mundial em meio à batalha contra o novo Coronavirus.
Quando a primeira-ministra Jacinda Ardern divulgou no dia 15 de março a obrigatoriedade do auto-isolamento por 14 dias à todos que entrassem no país, a líder neozelandesa deixou bem claro qual seria a estratégia do governo: “Devemos nos esforçar e agir cedo”. Cinco dias depois, Ardern anunciava o fechamento das fronteiras. Em menos de 1 semana depois do fechamento, o país entrava em período de confinamento.
Claramente, a Nova Zelândia agiu rápido – mas quão cedo foram as ações neozelandesas em comparação à outros países? O portal Kiwi NewsRoom contrapôs a resposta da Nova Zelândia à de seis outros países com tamanho, população, cultura ou região semelhantes.
Dos sete países, a Nova Zelândia tem o menor número de casos confirmados em 5 de abril, de acordo com números obtidos em Our World In Data. É seguido de perto por Cingapura e depois a uma distância maior pela Dinamarca, Irlanda, Noruega, Austrália e Israel, nesta ordem.
Cinco das sete nações implementaram a mesma regra de auto-isolamento. Israel foi o primeiro a fazê-lo, agindo em 9 de março, quando tinha apenas 96 casos. O gráfico abaixo mostra o número de casos confirmados em cada país no dia em que implementaram a proibição branda de viagens.
A Nova Zelândia agiu, de longe, mais rápido, do ponto de vista comparativo, quando tinha apenas oito casos do vírus. O governo já havia recebido conselhos alertando que 37.000 neozelandeses poderiam ser mortos se nenhuma ação fosse tomada para impedir a propagação do Covid-19.
Apesar de ser o primeiro país a implementar o auto-isolamento, os casos de Israel ficaram fora de controle. O gráfico abaixo mostra o progresso do vírus nos cinco países que exigiram auto-isolamento dos viajantes.
Em 19 de março, Ardern foi além e ordenou que as fronteiras fossem fechadas à meia-noite. Mais uma vez, a Nova Zelândia foi a primeira a fazê-lo, em termos do número de casos em cada país no momento em que as fronteiras foram fechadas.
A rápida imposição de uma política de fronteiras fechadas pode ter poupado a Nova Zelândia de um influxo adicional de turistas infectados, embora o retorno de Kiwis continue a suscitar preocupações e a exigir uma quarentena centralizada de todos que entram no país.
Em dois dos três países que agiram mais rápido, os casos aumentaram 10 vezes, na Dinamarca, teve um aumento de cinco vezes. No entanto, Israel, que se moveu quase tão rápido quanto a Nova Zelândia, não conseguiu evitar o aumento exponencial do vírus.
Isso pode ser devido ao fato de Israel, ao lado de Cingapura e Austrália, ainda não ter posto em prática um confinamento total. Dos seis países comparáveis, Israel e Austrália registraram o aumento mais significativo nos casos, enquanto Cingapura conseguiu atenuar a disseminação do vírus por meio de um regime robusto de testes, rastreamento de contatos e aplicação rigorosa das disposições de quarentena.
A quarentena na Nova Zelândia ocorreu quando o país tinha apenas 262 casos. A segunda mais rápida foi a Noruega, que fechou tudo quando ainda havia menos de 500 casos. Embora o gráfico acima mostre os casos da Noruega continuando em alta, o país nórdico ainda se saiu melhor que a vizinha Suécia, onde ainda a quarentena ainda não foi implementada.
Fica claro que a Nova Zelândia agiu cedo. O epidemiologista Michael Baker afirma que a Nova Zelândia pode ser único país ocidental que tem chance de erradicar o Covid-19, em vez de apenas contê-lo e gerenciá-lo até que uma vacina seja desenvolvida.
Se o confinamento for bem-sucedido e as medidas rigorosas de distanciamento social forem respeitadas pós quarentena, a vida pode voltar a algo que se aproxima do “normal”, mesmo se as fronteiras permanecerem fechadas e entradas no país continuarem severamente reduzidas.
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Última atualização: 9 de abril de 2020, 09:00 NZT
